Baya

Minhas mãos tramam planos impensáveis enquanto penso em parar.
Dormir.
Me lateja a têmpora, que tem o poder de me manter acordado mais uma vez.
Mais uma noite calado, pálido, inquieto, cálido, enquanto meus anseios saem e se ensaiam pela noite.
Os pés mexem os nervos num fervo sem ritmo que me retesa os músculos e me faz voltar pra onde parei.
Os olhos pesam.
Ardem.
Mais uma noite de verão sem sonhos em que sofro insone em uma espiral insana que promete se desprender em desdobramentos de pensamentos que correm atrás de uma razão definitiva, uma explicação ou justificativa, uma obsessão decisiva com toques de inspiração divina, um romance impossivel, um sonho inatingível, um caminho indeciso, um alvo impreciso, uma crença, uma rima, uma peça...
Um porquê que nunca chega.